segunda-feira, 25 de agosto de 2008

SEBRAE - Celeste Aquino

Entrevista com celeste Aquino
Gestora do Ponto de Atendimento de Santo Antônio de Jesus/Ba
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(EloyChaves) Celeste, ouvimos tanto falar em SEBRAE, mas o que significa?
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O SEBRAE – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – é uma das instituições do sistema S, como o SENAC, SENAI, SENAR, etc. É uma instituição que administra recursos públicos, mas não é uma estatal. Acho que o SEBRAE é uma empresa de conhecimento que está ao lado da causa dos pequenos negócios e atua na área da educação empreendedora. Estou de acordo com a definição que vê o SEBRAE como o design do desenvolvimento brasileiro, uma idéia em constante transformação no sentido de desenhar o desenvolvimento.

(EloyChaves) Qual o foco principal do SEBRAE, ou melhor, a área de atuação aqui na região?
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Não existe uma área de atuação específica do SEBRAE aqui na nossa região do Recôncavo, embora em termos territoriais atendamos 29 municípios. O foco do SEBRAE é a educação empreendedora, promovendo capacitação, atendimento tecnológico, consultoria, cursos, acesso ao mercado etc. Sua atuação se dá através de projetos de desenvolvimento setoriais ou territoriais ou do atendimento individualizado, presencial ou não das pessoas físicas ou jurídicas que procuram o ponto de atendimento.

(EloyChaves) Conte-nos sobre os cursos que o SEBRAE oferece.
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O SEBRAE oferece cursos básicos, intermediários e avançados na área de formação de empreendedores, de gestão, administração das micro empresas de marketing de planejamento financeiro e até em vendas e atendimento que atende às necessidades dos empresários e até de pessoas físicas que buscam qualificação para ingressarem no mercado de trabalho.

(EloyChaves) As pessoas resolvem abrir pequenas empresas e têm dúvidas sobre que tipo de apoio o SEBRAE oferece. De que maneira o SEBRAE incentiva o pequeno empreendedor?

O tipo de apoio que o SEBRAE oferece é, como já falei, orientação técnica ao empreendedor nas diversas áreas. No caso do empresário que vai abrir um pequeno negócio ou do potencial empreendedor que está buscando oportunidades de negócios sugerimos que não economize no PLANEJAMENTO e na busca de informações, ele deve desenvolver conhecimento o mais vasto possível sobre a sua atividade, sobre o seu empreendimento. Isto vai ser o seu diferencial no mercado. Quanto mais ele planeja e quanto mais ele conhece, maiores serão as chances de sucesso. O SEBRAE incentiva, oferecendo os cursos de formação de empreendedores como o:
Aprender a empreender
Saber empreender
Iniciando um pequeno grande negócio

Estes cursos preparam e desenvolvem as características empreendedoras do candidato.

(EloyChaves) Hoje vemos uma enorme dificuldade de qualificação profissional no mercado, principalmente entre os jovens. Como você analisa essa dificuldade na região?


Qualificação profissional dos jovens é realmente uma necessidade na nossa região, porém, este não é o papel do SEBRAE e sim do Estado e do Poder Público. Creio que a unidade do SENAC que está sendo implantada aqui vai trazer contribuição à qualificação dos jovens para o mercado de trabalho. Eu defendo a tese de que os jovens devem prioritariamente estudar, mas quando a condição financeira não permite, fazer um curso técnico ou outras capacitações de curta duração que os habilite a encontrar uma boa colocação, significa uma grande conquista.

(EloyChaves) Quais as dicas para quem quer iniciar um negócio e obter sucesso?
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Como diz o slogan do SEBRAE, quem tem conhecimento vai para frente. O candidato a empresário deve buscar o máximo de informações, sistematizar, fazer um plano de negócio e identificar uma oportunidade. É essencial percorrer esse caminho, porém sem planejamento e conhecimento o sucesso é inviável.

(EloyChaves) Qual o perfil dos empreendedores de sucesso?
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O perfil do empreendedor se reconhece nas pessoas exigentes por qualidade e eficiência, autoconfiantes e independentes, inovadores e comprometidos com seus objetivos, persistentes, com capacidade de influenciar e muita disposição para aprender.

(EloyChaves) Vimos no site o Programa SEBRAE de Incubadora de Empresas e achei muito interessante. Como funciona esse programa e quais os benefícios para às micro e pequenas empresas da região?

Incubar, como o próprio nome significa é “chocar” no sentido de dar um lugar mais protegido, mais favorável. O Programa SEBRAE de Incubadoras de Empresas é desenvolvido através de parcerias inter-institucional entre as universidades, o poder público e o SEBRAE visando incentivar a criação e expansão dos pequenos negócios.

O Poder Público cria a infra-estrutura e isenta de carga tributária por um período, os alunos da universidade acompanham o funcionamento dando assistência técnica e o SEBRAE realiza as capacitações. E tudo isso diminui os custos de funcionamento das mesmas. Acho que Santo Antônio de Jesus é uma cidade que comporta experiências dessa natureza.

(EloyChaves) Temos a certeza de que sim. Seria bem interessante um Programa desses aqui. Precisamos alavancar o desempenho e o desenvolvimento das micro e pequenas empresas da cidade e região. A parceria e o apoio são fundamentais para isso. Agora, já nos despedindo e agradecendo a sua presença em nossa Revista, deixe para os nossos visitantes uma mensagem do SEBRAE.
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Agradeço a oportunidade e coloco-me à disposição dos empreendedores para quaisquer esclarecimentos.

Um abraço e até a próxima!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Banco do Nordeste: saiba como abrir sua empresa ou expandir seus negócios

Gezivaldo Andrade, Gerente Geral do Banco do Nordeste
Santo Antonio de Jesus/Bahia/Brasil
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O Banco do Nordeste do Brasil tem uma missão ainda maior que a de fomentar o crescimento sócio econômico; esta respeitável instituição promove o nascer de sonhos em milhares de vidas todos os dias. Com este estandarte em punho e erguido, em viris e constantes investidas, alastra sua lava ardente da evolução nacional.
Traremos a tona, com esta entrevista, informações fundamentais para dirimir dúvidas e proporcionar o esclarecimento sobre as várias oportunidades de investimento e linha de crédito oferecidas pelo BNB.

(EloyChaves) Gezivaldo, há quanto tempo você é ativo intelectual do BNB? Quais foram os maiores desafios e lições que o Banco do Nordeste lhe proporcionou?

São trinta anos de serviços prestados ao Banco do Nordeste. É uma história repleta de desafios e rico aprendizado. Iniciamos a relação profissional com a Organização ainda muito jovem. Havia acabado de concluir os estudos, quando surgiu a oportunidade de prestar concurso público para ter acesso à Instituição. Assim que assumimos as atividades, na Agência Salvador-Centro, percebemos a dimensão da missão atribuída ao BNB, que, embora sublime, do ponto de vista poético, representa grau de responsabilidade imensurável. Naquela época, a Região passava por problemas ainda mais contundentes, se comparados à realidade atual, como por exemplo:

  1. Longos períodos de estiagem que assolavam a região, provocando fome, doenças e
    perpetuando a miséria;
  2. Inexistência de tecnologias de produção apropriadas;
  3. Ausência de infra-estrutura necessária para escoamento da produção;
  4. Baixíssima produtividade e qualidade de produção;
  5. Analfabetismo alarmante;
  6. Exploração sem precedentes de crianças e adolescentes;
  7. Mortalidade infantil muito elevada;
  8. Maioria absoluta da população abaixo da linha da pobreza;
  9. Recursos financeiros limitados e incompatíveis com as demandas geradas pelo setor
    produtivo;
  10. Inexistência de fonte de recursos estável e com características diferenciadas, para apoiar as iniciativas empresariais, principalmente as geradas pelos micros e pequenos
    agentes produtivos;
  11. Raras oportunidades de emprego e renda;
  12. Êxodo rural crescente e preocupante;
  13. Baixíssimo nível tecnológico/organizacional.

Diante desse contexto, com determinação e profissionalismo aprendemos a conviver e superar as adversidades enfrentadas em nosso cotidiano, ao longo da desafiadora e prazerosa caminhada. Não obstante, na condição de profissional da Administração não podemos confundir o fato de todos nós termos que administrar as nossas próprias vidas, aprender a analisar e resolver situações problemáticas variadas e complexas, pois aprendemos a pensar, a avaliar e a ponderar em termos abstratos, estratégicos, conceituais e teóricos, na expectativa de poder corresponder às expectativas, enquanto profissional e também na condição de cidadão.

O BNB tem nos proporcionando inúmeras oportunidades de treinamento e capacitação, no âmbito interno e externo, inclusive junto à Fundação Getúlio Vargas, fato que tem refletindo na melhoria contínua do nosso desempenho profissional, e exigindo de todos nós muita determinação, comprometimento, ética, responsabilidade e o mais alto padrão de qualidade e eficiência.

Através do BNB, tivemos a oportunidade de desenvolver atividades profissionais em alguns estados da federação, como por exemplo: Bahia, Ceará, Pernambuco, Paraíba, Sergipe, Alagoas, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Brasília, fato que nos permitiu ampliar conhecimentos e melhor avaliar e comparar a realidade da dinâmica econômico-social e diversidade de várias regiões do país, com o intuito de aplicar as melhores práticas no desempenho das nossas atividades profissionais.

Mediante apoio do Banco do Nordeste, realizamos algumas missões em países da Europa, a exemplo de Bélgica, Alemanha, Itália, França, Holanda e Áustria, onde tivemos a oportunidade de desenvolver intercâmbio comercial com o objetivo de abrir mercados para o tapete produzido com a fibra do sisal, fabricado por entidade associativa constituída por mini e pequenos agentes produtivos do semi-árido nordestino, aproveitando a política ambiental implementada pela comunidade européia, que já naquela época exigia mudanças na cultura industrial predominante, no tocante à substituição dos produtos sintéticos pelos naturais.

Reconhecemos que os desafios ainda são enormes, entretanto estamos convencidos de que já realizamos inúmeras conquistas, avançando na direção de objetivos possíveis de serem alcançados, principalmente se levarmos em consideração o volume de investimentos realizados pelo BNB, nas últimas décadas, resultando em sensível melhoria da qualidade de vida da população nordestina, notadamente para aquelas famílias que vivam à margem da sociedade e do acesso ao crédito. Neste contexto, os Governos Federal, Estaduais e Municipais não têm medido esforços na definição de ações e estratégias que visam neutralizar as objeções que ainda afetam o processo de aceleração do desenvolvimento sustentável da Região, em particular através da oferta de melhor infra-estrutura logística, investimentos significativos nas áreas da saúde e educação, além da implementação de políticas públicas, resgatando o exercício do direto à cidadania de milhões de pessoas que viviam sem esperança de dias melhores. A propósito, conforme pesquisa divulgada recentemente, houve uma redução real no distanciamento entre as faixas de renda no Brasil, caracterizando uma melhor distribuição, muito embora ainda seja imperativo avançar nesse sentido.

Esse cenário favorece, sobremaneira, a atração de novos investimentos para a Região, com a inserção de novas tecnologias de produção e oportunidade para a geração de postos de trabalho, não mais apenas às custas da concorrência predatória praticada pela maioria dos estados nordestinos, que ainda utilizam a política de isenção fiscal, que teve o seu grau de importância no passado recente, entretanto não mais se justificando em razão da potencialidade econômica oferecida pela Região, comparativamente com outras consideradas mais desenvolvidas, cujo crescimento econômico tem se mostrado menor que o registrado pelo Nordeste, nos últimos anos.

Reconhecemos, entretanto, que a sustentabilidade desse crescimento depende necessariamente de recursos humanos bem formados, um avanço no ensino tecnológico, maior número de engenheiros e profissionais nas ciências duras – matemática, física e química. Dos 4,5 milhões de jovens matriculados no ensino superior do país, quase metade está matriculado em quatro profissões (Economia, Direito, Pedagogia e Administração). Portanto, quanto mais conhecimento e sua aplicação em favor da sociedade, maior o desenvolvimento e menores as diferenças sociais.

(EloyChaves) Muitas pessoas acreditam que o BNB é focado apenas na Carteira de Crédito Rural. Entretanto, sabemos que o Banco do Nordeste é um banco múltiplo, portanto, gostaria que você nos explicasse melhor essa questão.

O Banco do Nordeste do Brasil S.A. (BNB) é uma instituição financeira múltipla criada pela Lei Federal nº 1649, de 19.07.1952, e organizada sob a forma de sociedade de economia mista, de capital aberto, tendo mais de 90% de seu capital sob o controle do Governo Federal. Com sede na cidade de Fortaleza, Estado do Ceará, o Banco atua em 1988 municípios, abrangendo os nove Estados da Região Nordeste (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia), o norte de Minas Gerais (incluindo os Vales do Mucuri e do Jequitinhonha), o norte do Espírito Santo, alem de quatro Unidades extra-regionais, localizadas em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

Maior instituição da América do Sul voltada para o desenvolvimento regional, o BNB opera como órgão executor de políticas públicas, cabendo-lhe a operacionalização de programas como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e a administração do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), principal fonte de recursos operacionalizada pela Empresa. Além dos recursos federais, o Banco tem acesso a outras fontes de financiamento nos mercados interno e externo, por meio de parcerias e alianças com instituições nacionais e internacionais, incluindo instituições multilaterais, como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

São clientes do Banco os agentes econômicos e institucionais e as pessoas físicas. Os agentes econômicos compreendem as empresas (micro, pequena, média e grande empresa), as associações e cooperativas. Os agentes institucionais englobam as entidades governamentais (federal, estadual e municipal) e não-governamentais. As pessoas físicas compreendem os produtores rurais (agricultor familiar, mini, pequeno, médio e grande produtor) e o empreendedor informal.

Com recursos de Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste – FNE, foi criado o Cresce Nordeste, um programa de financiamentos com juros baixos e prazos mais longos, projetado sob medida para empreendedores de todo o Brasil que queiram investir na Região. Seu principal objetivo é promover o crescimento das atividades econômicas em bases sustentáveis, fortalecendo o mercado interno.

São beneficiados pelo Cresce Nordeste empreendedores de todos os portes, nos setores de indústria, comércio, serviços, cultura, turismo, grãos, apicultura, bovinocultura, insumos e matéria-prima, ovinocaprinocultura, carcinicultura, floricultura, fruticultura, dentre diversas outras atividades, além da agricultura familiar.

Muito embora o Banco do Nordeste tenha participação consolidada nos financiamentos para a área rural, levando-se em consideração que a sua carteira de crédito representa aproximadamente 67% de todos os investimentos da espécie realizados em sua área de atuação, em que pese dispor de apenas 177 Agências instaladas na Região, o mesmo possui diferenciado portfólio de produtos e serviços, contemplando todos os setores da economia, inclusive o maior programa de microcrédito da América do Sul e o segundo da América Latina, o CREDIAMIGO, por meio do qual o BNB já financiou mais de R$ 3,9 bilhões.

Por se tratar de Instituição criada para promover o desenvolvimento sustentável da Região, a mesma operacionaliza programas de crédito bastante competitivos, guardando completa aderência com as políticas de governo e as reais necessidades dos agentes produtivos, inclusive no que se refere a prazo, carência e encargos financeiros, que variam de 0,5%a.a. a 10,50% a.a., dependendo da atividade e porte do cliente.

Vale destacar, que caso o cliente efetue os pagamentos até as datas pactuadas contratualmente, terá o direito a Bônus de Adimplência sobre o Juro Pré-Fixado, no percentual de 25% ou 15%, dependendo se o empreendimento beneficiado com o crédito estiver localizado no semi-árido ou nas demais regiões, respectivamente.

A metodologia aplicada pelo BNB, para definir o custo total do financiamento, além de estimular os clientes a pagarem os seus compromissos rigorosamente até as datas convencionadas, confere-lhes melhor nível de competitividade, haja vista que as taxas praticadas pela Instituição estão num patamar bem abaixo da realidade do mercado bancário brasileiro.

No Estado da Bahia, por exemplo, o BNB operacionaliza o Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste – PRODETUR/NE, criado para estruturar o turismo da Região, com volume de recursos da ordem de US$ 800 milhões. Os investimentos têm sido direcionados para implantação, expansão e modernização de aeroportos, complexos hoteleiros, parques aquáticos e pólos de ecoturismo, além da recuperação do Centro Histórico do Pelourinho, patrimônio cultural da humanidade, título concedido pela UNESCO. Esses investimentos, embora ainda extremamente concentrados na faixa litorânea, tem projetado o Estado da Bahia para uma posição de vanguarda nos destinos turísticos do Brasil, considerando, também, as suas potencialidades e perspectivas promissoras para o futuro.

No segmento industrial, observamos que vem ocorrendo um processo de industrialização, ligado a descentralização do Sudeste brasileiro, sendo, portanto, considerada ainda dependente, ligada em grande parte à concessão de incentivos fiscais. A maior parte dessas indústrias é de utilização intensiva de mão-de-obra, como calçados e vestuários, interessadas nos menores salários praticados na Região. A reduzida distância em relação a alguns mercados importantes é outro atrativo levado em consideração pelos empresários. Além das atividades mencionadas, a indústria açucareira, a petroquímica, a de componentes de borracha, a do petróleo que é explorado no litoral e na plataforma continental e processado na refinaria Landulfo Alves, em Candeias, e no Pólo Petroquímico de Camaçari, também têm recebido apoio financeiro do BNB. Mais recentemente, vem crescendo bastante a indústria automobilística no Estado, também com financiamentos realizados pelo Banco do Nordeste.

No sertão baiano o BNB tem uma participação significativa no processo de democratização do crédito, haja vista o expressivo volume de recursos já financiados e a quantidade de famílias atendidas na região, com ênfase no Programa Nacional de Apoio à Agricultura Familiar – PRONAF, criado pelo Governo Federal, além do AGROAMIGO, programa de microcrédito rural orientado, e do CREDIAMIGO, programa de microcrédito urbano, ambos instituídos pelo Banco do Nordeste do Brasil S/A.

Na região do Recôncavo baiano também não é diferente, pois o BNB exerce um importante papel como indutor do desenvolvimento, apoiando todas as iniciativas empresariais, com destaque para a agricultura, fruticultura, pecuária de leite e corte, lavoura cacaueira e o SAF - Sistema Agroflorestal, consórcio envolvendo as atividades de banana, seringa e cacau, como forma de diversificar o sistema produtivo regional e, principalmente, promovendo a proteção contra erosão e degradação dos solos, conservação dos remanescentes florestais, das espécies arbóreas de valor ecológico (proteção e alimentação à fauna, espécies endêmicas e em extinção), de nascentes e cursos d’água, substituição das matas ciliares, mantendo a função de proteção, pois entendemos que todo método ou sistema de uso da terra somente será sustentável se for capaz de manter o seu potencial produtivo também para as gerações futuras, envolvendo, portanto, aspectos sociais, econômicos e ecológicos.

No oeste do Estado, o BNB também tem se constituído em instrumento propulsor do desenvolvimento, sobretudo no avanço da fronteira agrícola, com a soja e o milho. Essas atividades são geradoras de emprego e divisas para a economia do Estado.
No setor de serviços, com ênfase nas áreas de saúde e educação, o Banco do Nordeste tem apoiado empreendimentos importantes e que estão transformando a realidade do nosso Estado, proporcionando novas oportunidades de acesso à formação acadêmica e promovendo a qualidade de vida da população baiana.

O BNB ainda exerce trabalho de atração de investimentos, apóia a realização de estudos e pesquisas com recursos não-reembolsáveis e estrutura o desenvolvimento por meio de projetos de grande impacto. Mais que um agente de intermediação financeira, o BNB se propõe a prestar atendimento integrado a quem decide investir em sua área de atuação, disponibilizando uma base de conhecimentos sobre o Nordeste e as melhores oportunidades de investimento na Região.

Como pode ser observado, o Banco do Nordeste tem participação decisiva no contexto do desenvolvimento sustentável da Região Nordeste, levando-se em consideração o apoio disponibilizado a todos os segmentos da economia, desmistificando a idéia de que se trata de um banco que tem como foco apenas apoiar as atividades agropecuárias.

(EloyChaves) Os empresários, de uma forma geral, buscam recursos financeiros no mercado, visando suprir eventuais necessidades de caixa e realizar investimentos fixos. Considerando esse cenário, o Banco do Nordeste tem como apoiá-los?

Sim. Na condição de banco de desenvolvimento, o BNB tem o compromisso e o dever de apoiar todas iniciativas empresariais ambientalmente corretas, que tenham em sua concepção aproveitar as potencialidades da Região, no sentido de produzir riquezas e contribuir com o seu processo de desenvolvimento sócio-econômico, desde que atendidos os pré-requisitos necessários.

No Longo Prazo, o BNB disponibiliza linhas de crédito para os empreendedores que desejam implantar, modernizar, expandir ou relocalizar os seus negócios, concedendo-lhes prazo de até doze anos para pagar, inclusive até quatro de carência, além de juro pré-fixado e bônus de adimplência, conforme já mencionado.

Quanto ao Curto Prazo, o Banco do Nordeste conhece como ninguém as dificuldades enfrentadas pelos empresários quando precisam recorrer a recursos financeiros para cobrir eventuais necessidades de caixa. Portanto, disponibiliza um leque de produtos e serviços com a marca “Conterrâneo”, que está associada à boa imagem que o BNB conquistou junto ao povo nordestino, representando a forte parceria e o atendimento diferenciado em benefício da Região.

É por acreditar nessa relação de confiança que o BNB aposta na vantagem mútua que isso pode gerar. Com essa certeza a área comercial do Banco soma-se ao crédito de longo prazo na promoção do desenvolvimento regional, disponibilizando um amplo leque de produtos que atendem às necessidades de giro de pessoas físicas e jurídicas, apresentando condições operacionais competitivas, inclusive nos requisitos prazo total, carência e taxas de juros.

(EloyChaves) Gezivaldo, digamos que eu queira montar uma empresa. O BNB poderia ser o meu parceiro? Caso afirmativo, o que necessito para contar com o apoio do Banco do Nordeste?

Claro que sim! No caso do seu empreendimento ainda não estar devidamente formalizado, ou seja, não possua CNPJ e/ou Inscrição Estadual, entretanto já em funcionamento há pelos menos doze meses, o BNB poderá apoiá-lo com recursos para ampliação, modernização e/ou capital de giro através do CREDIAMIGO, programa de microcrédito urbano orientado que já realizou 4.372.321 operações de crédito, envolvendo recursos da ordem de R$ 3,9 bilhões, com juros baixos e prestação de assessoria empresarial sem custo adicional, com o objetivo de inseri-los no mercado formal.

Entretanto, caso você deseje iniciar, ampliar, modernizar ou relocalizar um negócio no mercado formal, citamos alguns pré-requisitos básicos para que o empreendedor obtenha o apoio financeiro do BNB:

  1. aprovação do cadastro da empresa e sócios;
  2. comprovado conhecimento dos sócios e/ou administrador sobre a atividade a ser
    financiada;
  3. capacidade para mobilizar recursos próprios, caso seja necessário;
  4. disponibilidade para oferecer garantia (fidejussória, Penhor, Alienação Fiduciária
    e/ou Hipotecária;
  5. apresentação de projeto técnico, demonstrando viabilidade econômico-financeira;
  6. priorizar a inserção de novas tecnologias de produção e a geração de emprego e
    renda;
  7. coerência com a política ambiental vigente.

(EloyChaves) Sabemos que o empreendedorismo é assunto em todas as rodas profissionais no momento, sendo assunto para todo o futuro. O que você tem a nos dizer sobre este tema e como o BNB está envolvido neste cenário?

Existem inúmeros conceitos de empreendedorismo, um deles de autoria do consultor José Carlos Teixeira, publicado na Revista do Banco do Nordeste - Notícias, de 19/05/2000: “Empreendedorismo é ousar, transformar, descobrir novas vidas em cima de produtos que já existem. É sonhar para frente, dar função e vida a produtos antigos. Enfim, empreendedorismo é provocar o futuro, reunir experiências e ousadias, ir além do tradicional”.

Muitos outros conceitos associam a idéia de empreendedorismo com inovação, criar coisas novas, o que não deixa de ser verdade, entretanto não se restringe apenas a isso. Uma pessoa que monta seu próprio negócio e que dê certo, por mais que não inove, não deixa de ser um empreendedor. Muitas pessoas hoje têm vontade de montar o seu próprio negócio, seja pela necessidade ou por ver uma nova oportunidade que acredite que dê certo, no entanto a concorrência é grande, o mercado é difícil, e para progredir no negócio, o indivíduo de alguma forma tem que se destacar, ser disciplinado, assumir riscos, ser visionário, ter ousadia, persistência, iniciativa, coragem, humildade e, principalmente, ter verdadeira paixão pelo que faz.

No Brasil, o empreendedorismo começou a ganhar força na década de 1990, durante o processo de abertura da economia. A entrada de produtos importados ajudou a controlar os preços, uma condição importante para o país voltar a crescer, mas trouxe sérios problemas para alguns setores que não conseguiam competir com os importados, como foi o caso dos setores de brinquedos e de confecções, por exemplo. Para ajustar o passo com o resto do mundo, o país precisou mudar. Empresas de todos os tamanhos e setores tiveram que se modernizar para poder competir e voltar a crescer. O governo deu início a uma série de reformas, controlando a inflação e ajustando a economia, em poucos anos o País ganhou estabilidade, planejamento e respeito. A economia voltou a crescer.

Vale destacar, entretanto, que a área da Administração e o empreendedorismo têm um papel de destaque na sociedade. Grandes organizações têm comandantes como administradores. Empreendedores montam micro e pequenas empresas, que absorvem grande quantidade de mão-de-obra, gerando emprego e renda, tudo isso influi diretamente no nosso cotidiano. A Administração e o empreendedorismo não podem ser tratados como temas distintos, pois um complementa o outro e ambos, tanto os administradores quanto os empreendedores, são “tomadores” de decisões. Um Administrador formado sem características de um empreendedor, provavelmente não será um profissional de sucesso. Da mesma forma, um empreendedor que monta o próprio negócio e que não usa dos conceitos básicos de administração, provavelmente não obterá sucesso em seu empreendimento. O ideal é unir as características de um bom profissional da Administração, juntamente com as de um bom empreendedor, formando assim uma perfeita combinação que resultará num profissional de sucesso.

Pesquisas recentes realizadas nos Estados Unidos mostram que o sucesso nos negócios depende principalmente de nossos próprios comportamentos, características e atitudes, e não tanto do conhecimento técnico de gestão quanto se imaginava até pouco tempo atrás. No Brasil, por exemplo, apenas 14% dos empreendedores têm formação superior e 30% sequer concluíram o ensino fundamental, enquanto que nos países desenvolvidos, 58% dos empreendedores possuem formação superior. Quanto mais alto for o nível de escolaridade de um país, maior será a proporção de empreendedorismo por oportunidade.

Infelizmente a educação no Brasil está ainda na era do formalismo. Não há novidades, os docentes têm um preconceito enorme contra as tecnologias inovadoras. A estrutura departamental das universidades tem se mostrado superada, mas ainda persiste, pois foi transformada em algo corporativo, com preocupações que deveriam ser superadas dentro de uma estrutura organizacional moderna e flexível. Em que pese os problemas estruturais, a formação dos jovens nas universidades públicas é muito boa. Talvez tenhamos que ter estratégias mais voltadas para o jovem empreendedor, pois esta é uma das características do mundo moderno.

A UNESP, em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresa - SEBRAE, realiza uma experiência pioneira, pois elaborou uma disciplina com carga horária de sessenta horas e treinou duzentos professores que são os multiplicadores. Assim, os alunos estão tendo a oportunidade de cursar uma disciplina optativa sobre empreendedorismo. Outro fator de estímulo à modernidade são as empresas juniores, pois nelas os acadêmicos têm a oportunidade de atuar com empresários. Dessa forma, estratégias para a melhor formação dos alunos dentro do seu cenário profissional são sempre importantes, obviamente sem perder de vista a formação voltada para a cidadania, a ética e o papel social dos profissionais.

Diversos estudos indicam que uma das grandes dificuldades do empreendedor no Brasil, aliada a falta de formação e as incertezas econômicas, é a dificuldade de acessar capital, principalmente na fase inicial dos projetos, quando a idéia ainda não saiu do papel ou se saiu, ainda não decolou. Capital no Brasil, não é uma mercadoria facilmente acessível aos pequenos investidores. É um produto relativamente caro e para o qual não dispomos de uma oferta regular, isso devido principalmente à ausência de mecanismos eficientes de aproximação entre o empreendedor e o investidor de capital de risco.

Na Região Nordeste, entretanto, o BNB se apresenta como um diferencial importante neste aspecto, haja vista que atua como instituição estratégica no apoio as iniciativas empresariais ambientalmente corretas, mediante a disponibilização de amplo leque de produtos e serviços bastante competitivo, para atender empreendedores motivados, entusiasmados com um bom projeto na mão, desde que comprovadamente compensadores para ambos e para a sociedade. Esses componentes são fundamentais para a equação final que pode resultar em sucesso, conhecimento, motivação, uma boa idéia e os recursos para colocá-la em prática. Portanto, a correta associação entre o empreendedor e o Banco do Nordeste possibilita o lucro, a geração de emprego e renda e benefícios para a coletividade, através da incorporação de parte da receita para os cofres públicos.

O Brasil já ocupa lugar destacado no ranking quantitativo de empreendedores, entretanto o nosso objetivo é expandir o número de bons projetos na Região Nordeste, disseminando tecnologia e conhecimento qualificado de forma a facilitar o surgimento de novos casos de sucesso, transformando negócios viáveis e lucrativos em benefícios para toda a sociedade.

(EloyChaves) Para finalizar, fale um pouco sobre a missão e visão do BNB.

A missão do BNB é “atuar, na capacidade de instituição financeira pública, como agente catalisador do desenvolvimento sustentável do Nordeste, integrando-o na dinâmica da economia nacional. Sua visão é a de ser referência como agente indutor do desenvolvimento sustentável da Região Nordeste”.

A preocupação básica do Banco do Nordeste é executar uma política de desenvolvimento ágil e seletiva, capaz de contribuir de forma decisiva para a superação dos desafios e para a construção de um padrão de vida compatível com os recursos, potencialidades e oportunidades oferecidas pela Região.

Um abraço, e até a próxima!